Uma aventura... (17-09-2008)

Caros amigos,

Só hoje tive a oportunidade de começar o meu blog. Não é que já tenha feito muita coisa de especial, mas o certo é que em apenas um dia alguns sustos e novidades já aconteceram. Para começar foi o stress de no mesmo dia ter percorrido três aeroportos; sem contar com o Porto foram Gatwick, Heatrhrow(Londres) e Bradford (Leeds). Já em Leeds, esperei que me fartei com a Ana pelas carrinhas que nos iam transportar a cada uma das nossas residências (Carr Mills a dela e Oxley Residences a minha).

Chegada à minha residência, sozinha, senti-me como a Jane Eyre a chegar a casa de Mr. Rochester para exercer a função de mistress. Oxley Residence com a sua fachada que ronda os séculos XVIII/XIX, rodeada de àrvores e arbustos, campos verdes que parecem não ter fim... Na recepção sou recebida por uma Helen, senhora na casa dos 50, tipicamente inglesa: branca, loira, olhos claros, óculos na ponta do nariz e um sotaque claramente british, ainda para mais em Leeds que se nota um sotaque bem marcado. Papelada preenchida, dúvidas tiradas e chaves na mão rumo ao quarto: Block J3. 11. Quando abro a porta deparo-me com uma suite presidencial: uma mini-cama, apenas com um colchão, uma secretária com uma estante, um guarda-vestidos sem cruzetas e com um espelho anos 20 e almofada nem vê-la! A casa de banho cheirava a mofo: uma sanita (obviously!!!), um lavatório e um chuveiro sem base!! Isto é, quando tomo banho molho a casa de banho toda, tendo apenas uma cortina verde...

Após analisar o quarto sentei-me na cama e chorei; chorei porque estava nervosa, porque estava cansada e, principalmente, porque estava longe da minha família, amigos e do meu immortal beloved. Comecei, então a tirar as roupas e outras tralhas da mala, tendo colocado de imediato na parede uma fotografia do meu pai, da minha mãe, do Didi e minha tirada na Dinamarca, as restantes tratavam-se de fotos do Tiago tiradas no Algarve e uma muito engraçada tirada no carnaval com o Tiago vestido de preto!! Enfim, pequenas coisas que aqui significam tanto e que nem eu imaginava que era preciso vir para Leeds para dar valor a estas coisas...

Depois de tudo arrumado lá fiz a cama com uns lençóis cor-de-rosa, com umas flores desenhadas, comprados pela minha mãe de propósito para trazer para aqui; a almofada foi improvisada: enchi a fronha com cachecóis e camisolas e pronto lá serviu. Deitei-me, apenas com o lençol a tapar-me (a manta de pelo só chegaria na Quinta-Feira por MRW) e pensei em como era triste estar sozinha, num sítio onde não se conhece ninguém. Consegui adormecer mas a noite foi atribulada e longa... acordei umas cinco vezes e sempre com aquela saudade incontrolável, a pensar que ainda faltavam 3 meses para estar dentro de um avião com destino para o Porto, mas lá fui adormecendo...

A foto é a minha residência, a casa principal.