Saturday, October 25, 2008

Purple Rain, Purple Rain... (25/10/2008)

Amigos, amigos... então como estão?
Aqui por terras de sua Majestade está muito frio e muito vento e alguma chuva, também! Tirando isso e o imenso trabalho que há para se fazer, está tudo óptimo.
Ontem tinha pensado que hoje acordaria por volta das 9h30 para ir à biblioteca, que aos fins de semana abre às 10h e fecha às 17h, mas o certo é que eram 10h45 e eu na cama. E só acordei porque recebi uma mensagem do Tiago, se não a vontade de dormir era ainda mais! Penso que seja por causa do frio que a vontade de ficar na caminha quentinha é maior. Mas lá me levantei, tomei o pequeno-almoço, deixei o salmão a descongelar e lá fui no Beeston 1 (um dos meus queridos autocarros). Fui às duas bibliotecas, demorei cerca de uma hora, ainda aproveitei para entregar um livro e vim logo embora. O tempo não estava mesmo para se andar na rua e o meu quarto é, sem dúvida, muito mais quentinho e agradável.
Quando cheguei ainda o salmão estava congelado, por isso fui fazer tempo para o quarto: jogar The Sims, falar com a mãe e ler mais um pouco o livro para o meu trabalho. Quando comecei a fazer o almoço eram 14h! Depois de tudo arrumadinho, back to my room e mãos à obra. A pesquisa já está praticamente feita e amanhã talvez já comece a escrever alguma coisa. A tarde foi passando, a chuvinha foi ficando... e eu sempre com a cabeça enfiada nos livros. Entretanto já não aguentava mais e parei. Ouvi a minha RFM, falei com o pessoal e às 18h fui pôr a carne a descongelar. Às 19h30 já estava a fazer a massinha com carne. Sim, porque estes dias a cozinha tem sido só para mim. Já não vejo as minhas colegas desde ontem à tarde e ainda não apareceram até agora. Como elas gostam muito da convivência com o sexo oposto, devem ter arranjado um abrigo para este fim-de-semana! Afinal está tanta chuva, que nem valia a pena vir para casa assim. =p Enfim, e agora estou por aqui. Já li mais um pouco, mas estou à espera que a família chegue do jantar para falarmos.
Fiquem bem amigos! Muitos Beijinhos. Ah! E não se esqueçam que hoje às 2h da manhã the clock goes back! *
NB - Enquanto escrevia e ouvia a chuva lembrei-me de um poema que aprendi quando andava na escola primária e que ficou para sempre na minha memória. Talvez o conheçam! Aqui vai:
A NEVE

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim...
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim...

É talvez a ventania;
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento, com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudade, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
de uns pezitos de criança...

E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
- depois em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...

Que quem já é pecador
sofra tormentos... enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na natureza...
– e cai no meu coração.


Augusto Gil - Luar de Janeiro, 1909

No comments: